PITTER LUCENA

Jornalista acreano radicado em Brasília

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sexta-feira, setembro 18, 2009

É A MAMÃE !!!

Eram dois irmãos. Um de 11 e outro de 12 anos. Estudavam juntos na mesma escola, iam e vinham juntos para casa. Estavam sempre grudados um no outro feitos carrapatos em couro de cachorro de rua, não se largavam nem feito a moléstia. Viviam em parceria para tudo. Brincavam e estudavam como todos meninos normais. Mas eles não eram tão normais assim.

Pela a questão da idade os hormônios explodiam por todos os cantos, imaginavam que seria algo possível a realização de alguma coisa diferente. Moravam numa pequena casa na área rural, próximo da cidade e, por isso, malinavam as meninas da zona urbana com dezenas de astúcias para verem suas calcinhas. Enquanto um conversava com uma menina, o outro com um pequeno espelho na ponta do sapato olhava os trajes mínimos dela, por baixo.

Oscar o mais velho, Inácio não precisa dizer. Os dois viviam com uma vontade doida de fazer uma doidera com uma mulher mas não sabiam como. Sexo para eles era um palavrão. Tudo era instinto e, como instinto, já haviam papado algumas galinhas, porcas e ovelhas da região, coisa de menino do sertão. Não podiam ver uma perna de mesa que ficavam ouriçados, uma imagem feminina era o suficiente para uma corrida ao mato mais próximo. Imaginação era tudo.

Voltando certa vez da escola, numa sexta-feira, andando pela estradinha que passa ao lado do igarapé, os dois viram uma mulher de costas lavando roupa vestida de calcinha e sutiã. Um olhou para outro e... pronto! Lá estava a bronha arrumada. Abaixaram os calções e tome de lá, tome de cá, tome lá, tome cá, e vai depenação de ganso, beirando na mente as mulheres que haviam visto na televisão e as coleguinhas do colégio.

Como de costume pensavam numa certa musiquinha: “Não é nela não é nela, mas é o mesmo que ser nela. É embaixo do umbigo e acima da canela”. Santa imaginação dos moleques. Nas mãos havia calos de tanto uso nas horas vagas e não vagas. Os dois lá atrás das moitas espiando a mulher lavando roupa e lepo, lepo, lepo.

Inácio, o mais novo, achou melhor andar mais um pouco para ver o material que estava tocaiando, já meio doido do juízo. Caminhou reto sempre com a coisa na mão, andou mais um pouco e teve uma surpresa. Paralisou, virou estátua, petrificou, ficou doido, voltou à si e viu a grande burrada que estava fazendo. O sacrilégio estava formado, seria mandado para o inferno naquele momento sem pedido de perdão. Não havia escapatória. Era o fim do mundo.

Com o mocotó batendo na bunda Inácio subiu o barranco do rio gritando repetidamente:

- Manim! Manim! Pelamordedeus tu já gozou?

Oscar com a mão na massa ao ser perturbado respondeu irritado: - Que é, porra?!

O desespero de Inácio foi maior:

- Manim! Manim! Não goza não pelamordedeus, é a mamãe! É a mamãe!!!

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2 Comments:

Blogger Márcio Chocorosqui said...

Quando vim ao Acre, tomei logo banho em igarapé. Brechando as meninas entre as árvores. Isso era em Brasileia. Tem a ver com essa história. Bons tempos!

5:36 PM  
Anonymous Caio Martins said...

Marrapaiz! Eitcha pânico da gota serena... Só quem já foi moleque da roça pra entender. Certamente que "moralistas sem fronteiras" o execrará. Tem de escrever "Acreanídas", poeta... Bota tudo lá!

6:38 AM  

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