PITTER LUCENA

Jornalista acreano radicado em Brasília

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segunda-feira, junho 16, 2008

O CASARÃO: TERRITÓRIO LIVRE

O bar e restaurante O Casarão nunca sairá da memória de quem o freqüentou. Eu, por exemplo, passei cerca de 10 anos enxugando “louras geladas” por lá. Era o ponto de encontro de todas as tribos políticas. Quantas paixões foram reveladas naquele ambiente de energia mágica. Para quem tinha medo da solidão o caminho indicado era O Casarão.

Como cliente fiel de longas datas, pagava minhas contas no final de cada mês. O Walter e a Graça, com certeza, nunca serão esquecidos. Serviam a todos com muito prazer. A noite no O Casarão realmente era uma criança ao som dos Alquimistas, Grupo Capú e tantos outros artistas que cantavam e tocavam o som do universo para uma platéia de boêmios, poetas, intelectuais, estudantes, anônimos....

Lembro que em 86, quando explodiram o jornal Folha do Acre (onde trabalhava), foi no Casarão que recebi a solidariedade dos amigos. Desempregado como eu, estavam ainda os jornalistas Fé em Deus e Tião Maia. Durante o dia procurava emprego, difícil naquela época, e à noite, afogava as mágoas nas mesas do velho restaurante. Comíamos, bebíamos, fumávamos e ainda voltava para casa com algum dinheiro no bolso. Os amigos sempre foram nota 10.

Aos sábados o restaurante oferecia a melhor feijoada da cidade. Eu e um amigo encontramos um jeito de beber caipirinha de graça no Casarão, claro, aos sábados. A bebida era servida junto com a feijoada. Com apoio dos garçons, ficávamos observando quando os clientes não aceitavam o aperitivo. Diante da recusa a caipirinha vinha de graça para a nossa mesa.

O restaurante O Casarão recebeu esse nome na década de 1980 e foi o primeiro a servir comida regional e alimento natural no Acre. Por causa da diversidade, a imprensa da época carimbou o espaço como Território Livre, onde se estabeleceram, segundo os pioneiros freqüentadores, pensamentos hoje correntes no universo acreano.

Êta tempo bom que não volta mais.

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1 Comments:

Blogger Acreucho said...

Certamente, como bom boêmio que já fui, frequentei o Casarão e lá perambulei por inúmeras noites, lá iz amigos e vivi amores, lá conheci pessoas e gente, sim porque há muita diferença entre pessoas e gente.
Lembro-me quando nossa Rio Branco era um paraíso para os boêmios, poetas e notívagos. Chalé Bar, ainda no Bosque, O Seringal, Kaxinawa, Luar de Prata, Recanto Verde, Churrasquinho na Disparada, bons tempos aqueles...

9:00 PM  

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