PITTER LUCENA

Jornalista acreano radicado em Brasília

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Local: Brasília, Distrito Federal, Brazil
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quinta-feira, fevereiro 07, 2008

BARCA BRASÍLIA

Os acreanos que vierem à Brasília para simples turismo ou a trabalho já têm diversão garantida: a Barca Brasília, um espaço de muito bom gosto de propriedade do também acreano Edmilson Figueiredo, o famoso Mapinguari, nascido e criado em Xapuri, terra do ecologista Chico Mendes. Com capacidade para 50 pessoas a Barca Brasília desfila diariamente pelas as águas do Lago Paranoá, levando diversão e entretenimento a turistas de várias partes do Brasil e do mundo.

Tive o prazer de fazer o agradável passeio no Barco Brasília no final do ano passado, durante o aniversário de minha filha Karina. Foram mais de três horas de pura emoção. A Capital Federal é muito mais bela vista das águas do Lago Paranoá. Vale à pena fazer o passeio com amigos e beber um chope geladinho regado a petiscos da culinária brasileira.

Para quem não sabe o Lago Paranoá é um dos cartões postais de Brasília, mas poucas pessoas conhecem sua história e seus inúmeros recantos de rara beleza. Para oferecer a oportunidade de acesso a esse imenso espelho d`água, a Barca Brasília leva turistas e estudantes a um agradável passeio.

Durante o passeio, além de o vento amenizar o calor do sol, o “comandante” Edmilson Figueiredo conta curiosidades e histórias do “mar de Brasília”.

Histórias como a da Vila Amauri, um dos acampamentos de trabalhadores dos canteiros de obra de Brasília, que ficava perto da Vila Planalto. E ainda fica. Só que, agora, entre 7 e 14 metros de profundidade, com algumas casas, tratores, automóveis e vários equipamentos que ficaram submerso no lago.

Quando foi feita a barragem para represar o Rio Paranoá, a previsão era de que o lago atingiria a cota mil de dois a quatro anos. Só que o vale encheu muito rápido do que o esperado e em apenas um ano atingiu a cota de mil metros acima do nível do mar. Com isso a Vila Amauri ficou submersa e os moradores tiveram de ser retirados às pressas. Muitos foram para o norte e deram origem à cidade satélite de Sobradinho; outros fixaram residência nas cidades de Taguatinga e Guará.

Brasília tem registrada a terceira frota náutica do Brasil, já que inclui as embarcações de Goiás, Tocantins e parte de Minas Gerais. “Só que 95% das pessoas que têm barco não conhecem muitos dos monumentos da orla do Lago Paranoá”, garante Edmilson.

Para melhorar essa situação, uma das propostas da Barca Brasília é fazer turismo náutico com uma nova leitura de Brasília. Para isso foi produzida a “Rota do Charme no Lago Paranoá” onde a Barca navega por áreas que valorizam a leitura do ecológico, do arquitetônico aliado à arqueologia do lago. O Centro de Excelência em Turismo da UnB está monitorado as pesquisas para que o comandante possa divulgar informações com segurança de todos esses tesouros.

Os córregos Bananal e Riacho Fundo são os maiores depositários do lago – eles é que formam o Rio Paranoá. Os córregos do Torto, Gama, Cabeça de Veado e outros de menor porte, também alimentam e abastecem de água o Lago Paranoá.

Além da parte ecológica e histórica, a Barca Brasília oferece uma gastronomia simples, mas caprichada. O cardápio completo tem 30 itens de petiscos e 95 tipos de drinks.

A barca oferece um contraponto ao turismo cívico, que é o principal chamariz da capital. A partir do lago, é possível ver as pessoas nadando na região da Ermida Dom Bosco, a calma da tarde no Pontão do Lago Sul, a bateria antiaérea abandonada que protegia o Palácio da Alvorada, a área de segurança em torno do próprio palácio, a casa do colecionador de armas no Lago Norte, com canhões e charretes.

O Lago Paranoá tem 38 Km2 de superfície d’água, 40 km de extensão da ponte do Bragueto até o aeroporto. A profundidade média é de 12 metros e a máxima chega a 38 metros, nas proximidades da Barragem do Paranoá.

Para conhecer mais sobre a Barca Brasília clique aqui

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sábado, fevereiro 02, 2008

Marina culpa pecuária pelo desmatamento na Amazônia

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, disse nesta quinta-feira (31) que as áreas ocupadas pela pecuária são as responsáveis pelo desmatamento na Amazônia. Ela disse ainda que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou um decreto que estabelece sérias punições para aqueles que estão desrespeitando a lei e contribuindo para a destruição da área.

Na quarta-feira (30) Lula disse não acreditar que o país esteja passando por um novo surto de desmatamento e que houve "alarde" na divulgação dos números do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), na semana passada. Ele disse que não se pode culpar a agropecuária, os produtores de soja e os sem-terra assentados pelo aumento do desmatamento na Amazônia. "Não dá para culpar ninguém", afirmou o presidente.

A ministra disse que o decreto assinado pelo presidente Lula estabelece que "36 municípios que são responsáveis por 50% do desmatamento na Amazônia, dos mais de 600 municípios que lá existem, ficarão proibidos de fazer qualquer tipo de desmatamento e de ter qualquer tipo de licença se não se cadastrarem no sistema de cadastro de propriedades rurais".

A ameaça do governo para aqueles que descumprirem a lei, segundo Marina Silva implica em medidas que impedem acesso a créditos em bancos e venda do que for produzido na propriedade.

"Aqueles que tiverem suas propriedades embargadas em função de crimes ambientais não poderão vender aquilo que produzirem nessas propriedades. Quem comprar, transportar ou fizer qualquer tipo de transação também é co-responsável pelo crime ambiental. O decreto estabelece que aqueles que estão embargados não podem ter acesso a créditos públicos. Por sorte que estou autorizada a cumprir o decreto e estamos trabalhando com todo o rigor para que ele seja estabelecido”, disse.

A ministra fez um sobrevôo de helicóptero na quarta-feira no norte de Mato Grosso e o sul do Pará, consideradas as áreas mais atingidas pelo desmatamento, que segundo o Inpe, podem chegar a sete mil quilômetros quadrados. Ela falou sobre o que constatou da situação na região.

“O que vimos ali foi um processo de degradação irresponsável da floresta onde as pessoas fazem a exploração predatória da madeira e depois ateiam o fogo criminosamente e jogam capim para virar pasto. O Inpe fez um trabalho sério fazendo todas as indicações de onde temos desmatamento já consolidados e indícios de desmatamentos. O programa se serve exatamente para que possamos agir de forma antecipada e evitar que aquilo que já é fato, que é um indício, se transforme numa situação irreversível”.

Marina Silva falou ainda sobre medidas que estão sendo tomadas pelo governo para identificar quem está fora da lei e quem tem um trabalho de forma considerada correta e colocou a culpa do desmatamento sobre aqueles que devastam a área para fazer pasto.

“Se faz o desmatamento predatório, tirando de forma irresponsável as árvores nobres. Não é plano de manejo. Aquilo ali é uma rapina. Depois se ateia fogo de forma criminosa e se joga capim. 70% da ocupação dessas terras que são degradadas são feitas pela atividade da pecuária. Sorte que nos estamos fazendo um trabalho que respeita aqueles que estão fazendo sua atividade de forma correta e vamos publicar a lista desses, mas vamos publicar a lista dos 150 maiores contraventores sim e vamos fazer esse trabalho em parceria com governos estaduais, municipais, próprios setores, aqueles que querem blindar os seus investimentos de forma responsável dessa narrativa perversa de que estão produzindo em prejuízo da Amazônia. Existem as pessoas sérias e existem aqueles que estão destruindo a Amazônia. Para os sérios vamos fazer o devido reconhecimento, para os criminosos o rigor da lei”, disse a ministra.

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