PITTER LUCENA

Jornalista acreano radicado em Brasília

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sexta-feira, maio 18, 2007

PROPAGANDA NOCIVA

A propaganda das bebidas alcoólicas, em especial a da cerveja, na atualidade, destaca não tanto seu sabor mas o que ela supostamente representa, no sentido de atiçar a imaginação dos consumidores. Trata-se de vender um conjunto de ilusões, bondosamente apresentadas como conseqüências da bebida. A qual, em excesso - e a publicidade visa aumentar as vendas - é prejudicial aos consumidores, especialmente os jovens.

Insinua-se até, no imaginário da propaganda apresentada na televisão, um dia da cerveja na semana. O Brasil estaria melhor servido com dias dedicados ao estudo, à pesquisa, ao trabalho. Hoje, muitos desses dias, e volume crescente de recursos que poderiam ser aplicados em educação são gastos pelo Estado no tratamento de vítimas do uso desenfreado de álcool. Nas perspectivas de alegria e beleza projetadas pela cerveja, acredite com moderação.

As estatísticas demonstram fartamente. Pesquisa de 1997 mostrou que em dez capitais brasileiras 64% dos adolescentes das escolas de ensino fundamental e médio já haviam feito uso de álcool. Um começo nada promissor. No mundo a situação se repete, de acordo com a Organização Mundial da Saúde. O abuso de bebidas alcoólicas já afeta mais de 10% da população dos grandes centros urbanos.
É preciso restringir a publicidade de bebidas alcoólicas, pelo potencial de atingir os adolescentes, mais suscetíveis à propaganda, causando-lhes dependência e prejuízo à saúde. Especialmente quando os apelos associam o produto ao esporte, à condução de veículos, à condição de êxito das pessoas e à exaltação da sensualidade. Setores que obviamente nada têm a ver com bebida alcoólica nenhuma.

O senador Geraldo Mesquita Júnior (PMDB-AC), apresentou projeto nesse sentido ao Senado, proibindo também comerciais de bebidas alcoólicas nos serviços de radiodifusão sonora de sons e imagens e na TV por assinatura. Esses setores da comunicação dependem de concessão pública. Desta forma, está o próprio governo contribuindo para aumentar os problemas causados à população pelo consumo de bebidas estimulado pela publicidade.

Desnecessário seria apontar os malefícios da dependência alcoólica e o avanço do consumo, inclusive entre a população jovem. As conseqüências comprovadas pelas estatísticas são a desagregação social e familiar, aumento da criminalidade, acidentes graves e fatais de trânsito. Além da limitação da propaganda, convém restringir horário e pontos de venda de bebidas alcoólicas, como nas rodovias.

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